Ele entrou, de mansinho, debaixo de minhas cobertas e eu esperei que me tomasse pelos braços e enroscasse suas pernas em torno de minhas ancas. Procurei não abrir os olhos, pois ele não suportava que eu o fizesse. Não dei um sussurro e nem um gemido, pois sabia que ele se afastaria. Hoje ele estava mais carinhoso do que sempre e eu, mais desejosa do que nunca. Podia me comunicar com ele, mas só em pensamento. Não, só em delírio e onírico. Se eu usasse a razão, ele se desmancharia no ar. Meu mundo não existia sem ele que era a razão de meu viver. Mas só no meu viver delirante e onírico. Durante o dia, eu não tinha a menor idéia de quem ele era e nem lembrava dele. Mas a noite, ao adormecer, meu coração se acelerava e eu sabia que nós éramos como duas almas gêmeas. Nessa noite, ele veio e fizemos muito amor. E foram tantos beijos... Como eu me lembro disso? Ué, quando escrevo eu lembro de meus delírios.
Marisa Queiroz
agosto/2009
Marisa,
ResponderExcluirEscrever nos salva. Vc. tem alma de poeta.
SV
Gostei muito!!!
ResponderExcluirAlice.
Oh, Marisa!
ResponderExcluirComo é bom ter delírios oníricos assim!
Escreve mais; escreve sempre para que lembres e contes para nós esses sonhos lindos.
Beijinhos!
Nando
Marisa, você, psicanalista usará espeto de pau? I hope not. Sua noite de amor foi a essência essencial de todo, de qualquer amor perfeito, o auto-erótico assumido, que dispensa o 'terceiro' de sua ópera particular. Parabéns! E continue feliz. Nós merecemos esta felicidade, depois de tantos equívocos.
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