
Mas, só minh'alma deve saber que lugar é esse. Sim, é como se existisse uma memória, não neuronal, mas uma memória inconsciente; um inconsciente cósmico que nos leva às origens. Todo meu corpo vibrou junto com o universo como se cada partícula atômica fosse uma só, vibrando em unicidade O universo deve vibrar como uma músiva e Beethoven deve ter chegado perto de traduzir essa vibração no piano para a humanidade. Senti muita paz. O universo deve ser assim, pensei, cheio de paz, vibrando ao mesmo rítmo do som de "Sonata so Luar". Quando eu morrrer, quero ir nessa vibração ao encontro do universo, minha origem, minha Mãe. Não terei medo, irei muito feliz, me reintegrarei como energia cósmica, como luz ....
Diz a história que Beethoven andava muito deprimido por causa da surdez e pela perda de um grande amigo que era como se fosse seu pai. Até pensou em se suicidar. Mas conheceu uma moça cega, que lhe disse certa vez: “Eu daria tudo para enxergar uma noite de luar”. O compositor ficou tão emocionado que, olhando para o céu prateado de luar, e lembrando da moça cega, como a se perguntar o por quê da vida, compôs uma das músicas mais belas da humanidade: “Sonata ao Luar” . A vontade de viver voltou-lhe tão renovada que anos depois compôs o incomparável "Hino à Alegria", da 9ª sinfonia.
Escutando Sonata ao luar fiz, sem saber, o mesmo questionamento de Beethoven, durante as três notas que se repetem , insistentemente, no tema principal do 1º movimento da Sonata, e que parecem perguntar: "Por quê"?
"Por quê"? Por que vivemos, sofremos, amamos, erramos, nos angustiamos? Por que? Por que? Por que? ...
"Sonata ao Luar" é o som da alma.
A resposta deve estar lá.
Marisa Queiroz
agosto/09
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Cliquem aqui para apreciar o vídeo "Sonata ao Luar" de Beethoven
http://www.youtube.com/watch